sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sessão de Hemodíálise 415





Este sou eu, muito abatido, contando nos dedos quantos dias faltavam para o meu primeiro transplante.

Eu havia acabado de fazer uma nefrectomia (retirada do meu segundo rim original, do lado direito – o primeiro havia sido retirado quando eu era bem pequeno, vide post “Sessão de Hemodiálise 410”) e ficara 3 dias dopado devido à dor e ao estresse causado ao corpo pela cirurgia, já que meu rim estava muito mal e começava a dar problemas sérios, pondo em risco a minha vida. A função do rim que me restara havia baixado para 10% apenas. Até o transplante, fiquei 5 meses na hemodiálise. Eu estava muito debilitado nessa foto. Na verdade, ela mostra como eu estava fragilizado após acumular anos e mais anos da doença – meu estado só piorara até então.

Antes de fazer a fístula para hemodiálise, a cirurgia de retirada do rim e toda a preparação necessária para o transplante, meu nefrologista escreveu, numa carta de encaminhamento: “Paciente com história de disfunção vesico-esfincteriana que resultou em reflexo vesico-uretral bilateral e necessidade de múltiplas cirurgias urológicas (vesicostomia, reimplante uretral, nefrectomia esquerda, ampliação vesical com íleo, nefrostomia). (...) Agora, a função renal caiu para valores críticos (...). Diante disto, optam por programar o preparo da criança para realização de [(1) confecção de fístula; (2) estudo de prováveis doadores; (3) nefrectomia direita; (4) transplante renal com doador vivo]. (...) Pelo exposto, torna-se claro que tais passos terapêuticos devam ser realizados com a maior urgência possível, devido ao quadro clínico urêmico presente”.

Um comentário:

  1. Oi Guilherme, estive fora uns dias e agora estou atualizando a leitura.
    Está ficando ótimo teu blog.
    Penso que muitos preferem ter uma visão mais "cor de rosa" do nosso problema, mas depois destes anos todos percebo que isso é tentar esconder-se da realidade.
    Parabéns!

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