domingo, 12 de setembro de 2010

Sessão de Hemodiálise 450

Eu diria que uma das coisas que definem minha personalidade é o meu amor pelos animais. Cachorros, gatos, peixes, passarinhos, hamsters, tive bichos de estimação a vida inteira. E esse amor vai muito além dos animais, digamos assim, palpáveis. Gostava de colecionar livros de animais do mundo, que às vezes meu avô me dava de presente, outras vezes eu mesmo comprava com a mesada (o equivalente a 10 reais) dada por ele.

Uma imagem na TV ou a foto de um bicho selvagem, ou reportagens e notícias que envolvam animais de maneira geral, prendem minha atenção no ato, evocando tanto ternura por eles quanto revolta em relação à maneira como são tratados pelo ser humano, às crueldades que sofrem todos os dias, em todas as partes.

Não sei o que faria se os médicos houvessem proibido a convivência com meus amigos peludos, companheiros de toda minha infância, por ocasião de meu primeiro transplante (já que o paciente fica com o sistema imunológico fragilizado com as medicações para conservação do enxerto, e, portanto, suscetível a infecções e doenças que os animais possam transmitir). Ainda bem que a equipe médica foi unânime em afirmar que não haveria problema em continuar a ter bichos em casa, pois, como sempre estiveram ali, meu organismo adquirira certa resistência a esse tipo de contaminação. Foi um alívio incalculável saber disso, porque a companhia dos animais de estimação me faz um bem que remédio algum conseguiria, constitui apoio e incentivo fundamentais para continuar a viver e a lutar contra a minha doença – uma “bengala” psicológica que lambe, brinca e transmite apenas felicidade.



2 comentários:

  1. Olá, está tudo bem?
    Faz tempo q não posta nada.
    Aguardo ansiosamente seu retorno...

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  2. Também fiquei preocupada, por não postar mais nada a algum tempo.
    Espero que esteja tudo bem com você! Torço muito por ti.
    Abraços

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