sábado, 14 de agosto de 2010

Sessão de Hemodiálise 437

O amor tem um poder quase milagroso. O interesse e o incentivo das pessoas à sua volta, quando se é doente, muitas vezes significam a diferença entre a vida e a morte. Do meu nascimento até a adolescência, contei com meus avós, presentes e zelosos. Meu avô, já com Alzheimer, no final da vida, esqueceu-se de tudo, menos de mim e de meu estado de saúde. Abria a porta do meu quarto literalmente de 5 em 5 minutos (pois se esquecia de que já o havia feito) e me perguntava: “Gui, você está bem?”. Também tive a bênção de contar com a proteção de um anjo que nem da família era: Regina Maria (que teve o elegante nome substituído desde jovem por Chiquinha, simplesmente porque tinha um irmão apelidado de Chico) já trabalhava na casa da minha avó quando eu nasci, e foi quem praticamente me criou. Meus avós faleceram já há algum tempo, e essa senhora, cujo carinho diário, atento e generoso foi sempre o meu porto seguro, se aposentou. Minha história – repleta de dores, decepções, incertezas, sofrimento, saudade – tem todos os ingredientes de um bom dramalhão mexicano. Então, conforme o rumo que o desenrolar dos acontecimentos for ditando, continuarei postando aqui os “capítulos” dessa novela pessoal, alguns em flashback, outros relativos às dificuldades atuais, para os fiéis espectadores que têm me acompanhado desde o início. Obrigado pelo ibope!

2 comentários:

  1. Amigo, cheguei aqui por acaso, procurando por uma imagem. Parabéns pela iniciativa de narrar e tua luta. Fiz quase 1.800 sessões de hemodiálise e sou transplantado há sete anos. Tudo corre muito bem, minha creatinina é 1 e estou muito feliz.
    Desde já, peço desculpas se não conseguir acompanhar tua luta diária. No começo, sempre voltava para rever maus ex-companheiros de hemo, mas, depois de um tempo, não tive mais coragem de fazer isso. Para mim, ainda é muito doloroso lembrar do que se passa na sala de HD.
    Parabéns, mais um vez! Jamais perca a fé! Tive 3 experiências de quase morte por causa de intercorrências e doenças correlatas, mas estou aqui, vivo, casado e planejando filhos, trabalhando muito e pleno, graças à Deus!
    Grande abraço!

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  2. Olá! Encontrei seu blog por acaso, estava procurando notícias sobre hemodiálise. Minha mãe é renal há quatro anos, ela tem 72 anos e infelizmente não pode transplantar... Como acompanhante dela, vivencio tudo o que você relata, as sessões de diálise, quando a fístula vaza, as cãimbras, as quedas de pressão... Toda a rotina de uma diálise, é como você diz uma batalha diária...! Minha mãe passava muito mal quando começou a fazer diálise, mas agora ela está bem, na medida do possível.
    Parabéns pelo seu blog! As pessoas deveriam ver este blog parasaberem como é o dia-a- dia de um renal e alguns políticos também!...
    Ah, eu sou do Rio de janeiro.
    Um abraço!

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